Natal, nostalgia
- Nanna Fernandes
- 7 de jan. de 2024
- 2 min de leitura
Desde o início do mês de Dezembro, eu comecei a sentir uma vontade muito forte de criar um blog. Talvez pra alimentar um sonho antigo ou pra reviver uma espécie de memória da época que eu usava o Tumblr. Sim, eu já tive uma fase da vida onde eu me sentia escritora. Nada demais, só uns pensamentos soltos que fazia sentido na época.
Dessa vez, quero fazer algo diferente. Quero transformar esse blog em algo bem pessoal, mas sem deixar de lado o conteúdo. Quero falar dos meus sentimentos, mas também de moda, beleza, arte e cultura. Afinal, eu também sou feita disso.
E pra começar, quero falar sobre o Natal. Tenho sentido um turbilhão de sentimentos nessa época. Pra ser mais específica, sinto isso desde o Natal de 2021. Minha vó se foi no dia 25/12 desse mesmo ano.
É como se eu tivesse jogado todos os sentimentos existentes dentro de um liquidificador e feito uma vitamina. A cada dia que se aproxima dessa data, eu sinto um sabor diferente. Ora uma tristeza, ora uma saudade - mas uma saudade alegre. Ela gostava muito de celebrar a vida. Tinha muitas amigas. Bebia, cantava, dançava, ria alto. Minha vó era um exemplo vivo de como saber viver. Passou por tanta coisa que eu mesma não faço ideia de como conseguiu superar. Talvez o jeito dela superar fosse exatamente esse: vivendo.
E o Natal era um desses momentos que minha vó gostava de viver. Ela cozinhava muito bem (que saudade do seu bolinho de chuva - foi a última comida que ela fez pra gente), era muito vaidosa e gostava de se vestir bem. Então, no Natal, ela caprichava! Gostava de reunir a família. Era realmente um momento único. E não ter mais isso fez um parte da magia dessa época ir embora junto com ela.
Ao mesmo tempo, sinto que pra manter ela viva em nós, essa data precisa continuar sendo celebrada como sempre fizemos. Uma parte de mim acredita que ela escolheu essa data para ir embora. Como uma forma de manter a gente reunido e celebrando, independente de qualquer coisa. Já que era isso que ela gostava. Ao invés de ser uma data triste pela sua partida, minha família se reúne e revive os bons momentos juntos, como sempre fizemos. É ela "obrigando" a gente a ficar junto, pra ninguém sofrer sozinho.
É interessante pensar assim porque, coincidentemente, quando peguei a sua aliança de casamento com o meu avô, a data gravada por dentro era 25/12. Eu não sabia, mas eles se conheceram justamente no Natal. Quer dizer, não é louco como essa data sofreu tantos ressignificados?
Enfim, a vida continua. E é assim que vai continuar sendo. Viver é sempre o melhor caminho, minha vó me ensinou isso..
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